Terça-feira chuvosa, após feriado que prolongou o final de semana, volto a realidade semanal, normal.
Com uma mochila na costas e uma caixa para se carregar, pouco se espera e chega o ônibus verde com banco soltos, se dirigindo por uma rodovia sinuosa e estreita deixa o bairro solitário para trás, após um tempo de sofrida locomoção idenfitica-se a leste uma fábrica referência de que aquela etapa no ônibus verde se finda, iniciando-se uma nova em uma rodovia maior.
Já na rodovia intermunicipal depara-se com a situação de isolamento e impotencia móvel, já dá para se imaginar caminhando por alguns kilometros para se chegar a algum centro urbano em caso de falta de oferta de transportes.
Não é o caso, logo chega o transporte e no que mais se pensa é apenas conseguir uma acomodação confortável para a próxima trajetória, e nem sempre é o que se consegue, outros também dependem do mesmo transporte que você transformado o mesmo em um local de disputa mini-territorial, a caixa que é carregada desde o inicio do trajeto num canto acompanha em sutis movimentos as curvas manobradas, ao poucos as janelas se fecham por mãos frias, uma tempestade começara, e começo a temer pela chegada, a caixa de de papelão comum, como aquelas que se usa normalmente em mudanças, chegando no final deste trajeto, contrariamente ao que se sucede frequentemente o transporte não se esvaziou, aguardo pacientemente sendo o último a sair, saio e me dirijo até a porta da frente buscar meu pequeno frágil fardo de papel.
A Transferência de transporte desta vez ocorre em um local onde vários ônibus terminam e/ou iniciam suas novas trajetórias, e que também conta com uma cobertura, que se extende a todos os corredores por onde circulam os transportes e transeuntes, o que alivia bastante a carga da viagem.
Chego a meu penúltimo transporte, esse me dirigirá a metrópole, no meio do percurso tudo para, aquela tempestade que a pouco havia nos acometido, deixou suas consequências na rodovia principal, poucos tinham condições ou coragem de transpor aquela barreira aquosa móvel, os que tinham essa capacidade as poucos avançavam por entre os menores que contornavam o caminho por saidas improvisadas ou se aglomeravam em um canto isolado e incolume a vivacidade da barreira móvel, assim agora seria possivel alcançar a metrópole, refaço meu check-list do fundamental:
– Carteira, ok – não chegaria aqui sem ela;
– Celular, ok – um está na bolso da mochila por falta de carga e outro no bolso, o segundo foi emprestado para não me deixar incomunicável;
– Chaves, nãããããããooooooooo!!!!;
Fim do checklist, e a chave?!? Não tem problema a chave, está com minha tia, só preciso ligar para ela e saber onde ela está, como ligar se eu estou usando um aparelho celular emprestado que não tem minha agenda? Sem problemas assim que chegar passo na casa, vou caminhando com uma caixa de papelão cheia de baixo de chuva até uma casa que pode ou não ter alguém, perfeito. Bem já que o paradeiro será desconhecido, curtir a viagem é melhor, ver as pessoas fugindo da chuva, os carros parados nos acostamentos, o horizonte chuvoso, aliás o horizonte é algo com baixa visibilidade, eis que o celular toca, é um número desconhecido, já que o aparelho não é meu, ao contatar ouço a voz, é minha tia, ela não está em casa e nem tem horario para voltar, mas a chave está na sua casa, ótimo!
Chego a metrópole, a última tranferência é tranquila, o ponto de parada de um ônibus para a outro exige apenas caminhar por um grande quarteirão, por puro acaso a chuva era apenas história naquele momento, e tinha deixado seu traço apenas no asfalto e nas arvores, que refrescadas, jogavam o excesso d’água para o chão, chego ao outro ponto de ônibus, a espera pelo transporte que me levará até o lar demora uns 5 minutos, ao entrar neste último sinto um alivio maior por estar mais próximo, abrevio este último trajeto pois é irrelevante agora e nada de emocionante ou diferente do usual acontece, logo deixo o ônibus em seu ponto final, desço até minha casa, pego as chaves na casa de minha tia, agora é só abrir a caixa em casa, arrumar todo o conteúdo da caixa que nada mais é que uma porção de utensílios domésticos, que ainda bem estavam inteiros.
Que história longa para 5 horas de uma Segunda-feira de Feriado.